Carlos Aziz Nader (São Paulo, São Paulo, 1964). Documentarista, diretor e videomaker. Dirige, redige e idealiza documentários autorais e comerciais, vídeos experimentais e videoinstalações. Em 1984, inicia o curso de Rádio e TV na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP).
De 1986 a 1989, trabalha como editor da Revista Caos, em São Paulo. Inicia carreira na coprodução de documentários de curta-metragem: Os Judeus-Caboclos da Amazônia (1990), e O Expresso Transiberiano (1991), ambos em parceria com o cineasta Henrique Goldman (1962).
Muda-se para o Rio de Janeiro e integra a equipe do programa Brasil Legal, como roteirista da TV Globo. No núcleo dirigido pelo diretor Guel Arraes (1953), Nader encontra importantes interlocutores para seu trabalho: os artistas plásticos Barrão (1959) e Luiz Zerbini (1959), o editor Sergio Merkler (1963), a videoartista Sandra Kogut (1965) e o escritor e compositor Fausto Fawcett (1957). Em 1995, o núcleo cria o programa Brasil Legal, no qual Nader participa como roteirista até 1996.
Em 1992, lança seu primeiro trabalho autoral, O Beijoqueiro, Retrato de um Serial Kisser. O média-metragem recebe os prêmios de melhor documentário no Mondial de la Video de Bruxelles, melhor direção no Rio Cine Festival e distinção especial no Tokyo Internacional Video Festival. Com Trovoada (1995), recebe os prêmios de melhor produção do Internationaler Videokunstpreis na Alemanha e especial do júri do Rio Cine Festival. Outras produções de destaque nesse formato são: O Fim da Viagem (1996), Chelpa Ferro (2009) e Leonilson (2011).
Dirige seu primeiro longa-metragem em 2004, o documentário Preto e Branco. Em 2008, lança sua obra mais conhecida, Waly e a Vida ou Pan-Cinema Permanente, um retrato do poeta Waly Salomão (1943-2003), em diversos momentos registrados durante 15 anos. O longa ganha o prêmio de melhor documentário do Festival É Tudo Verdade e o prêmio especial do júri da Associação Paulista de Críticos de Arte (Apca), ambos em 2008.
Em 1994, Nader apresenta a primeira videoinstalação, Vento Luz, no 10o Festival Videobrasil, em São Paulo, e no Melkveg (World Wide Video Center), em Amsterdã. A partir de 1997, produz um conjunto consistente de instalações: Bestiário, em parceria com Waly Salomão; TV Eu, para a exposição 50 Anos de TV, no espaço Oca, em São Paulo; e Porto do Céu, para exposição comemorativa dos 70 anos de Gilberto Gil (1942), realizada no Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro, e no Itaú Cultural, em São Paulo.
Carlos Nader dirige documentários comerciais, como Soberano (2010), e Soberano 2 (2012), sobre as conquistas do São Paulo Futebol Clube. Essas produções são incluídas em Carlos Nader: Ensaios Audiovisuais (2009), retrospectiva de sua obra, organizada pela Cinemateca Brasileira. Seus trabalhos participam das exposições: Pandemonium, no Institute of Contemporary Art (ICA), em Londres, em 1998; New Documentary, Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York, em 1999; e, em 2001, Videophilosophie no Kolner Filmhaus, em Colônia, Alemanha, e Brazil on Film, no Guggenheim Museum, em Nova York.